João
Felipe da Trindade
Este trabalho tem o objetivo de
reconstituir a vida do capitão João Martins Ferreira, meu tetravô, juntando
várias informações espalhadas em diversos documentos. A grande dificuldade, para
fazer essa reconstituição, advém dos registros da Igreja, de sua época, não
serem mais cuidadosos com as informações, omitindo dados importantes, como grau
de consanguinidade, nomes dos pais, relação dos padrinhos com os batizados e
outros mais. Além disso, a proliferação de nomes repetidos em diversas
gerações, bem como a mudança de nomes de um registro para outro dificultam a
pesquisa. Outra dificuldade é que não encontramos mais alguns documentos como
inventários, compra de terras e assemelhados nos cartórios ou Fóruns. Muita
coisa já perdida. De qualquer forma
deixo aqui o que encontrei e algumas suspeitas que podem ser examinadas por
futuros genealogistas.
A primeira aparição dele em
documentos data de 1818, quando houve o saque, por partes de corsários
ingleses, da Ilha de Manoel Gonçalves. Em 13 de dezembro de 1818, o comandante
do Degredo da Ilha de Manoel Gonçalves, Alexandre José Pereira, escreveu para o
capitão Manoel Varella Barca informando sobre o acontecido. Pelo que se observa
no documento, ele estava, como diz, doente para morrer. Em seguida, em 18 de
dezembro de 1818, aparece João Martins Ferreira, morador da Ilha de Manoel
Gonçalves, correspondente de Bento José da Costa, escrevendo para o Governador
da Província, José Ignácio Borges, dando todos os detalhes da invasão dos
corsários ingleses. Essa carta já foi publicada em artigo no “O Jornal de
Hoje”.
Volto a encontrar João Martins
Ferreira, agora como capitão das ordenanças e comandante, assinando, aos treze
dias do mês de julho do ano de mil oitocentos e vinte e dois, na Cidade do
Natal, Província e Comarca do Rio Grande do Norte, documento que requeria a
conservação de D. Pedro de Alcântara, Príncipe Real dos Reinos Unidos de
Portugal, Brasil e Algarves neste Reino do Brasil, com o poder executivo assim
e da mesma forma que em Portugal o exerce El-Rei, o Senhor D. João VI, conforme
registra Tavares de Lyra, no seu livro "A independência do Brasil no Rio Grande
do Norte".
Não encontrei documento que
tratasse da concessão da patente de Capitão das Ordenanças e Comandante, para
saber, exatamente, a data a partir da qual se investiu na função. Quando
Domingos Affonso Ferreira e o seu genro, tenente-coronel Bento José da Costa
compraram as terras no sertão de Assú, que incluía a Ilha de Manoel Gonçalves,
quem recebeu, as mesmas, foi Felipe Rodrigues Santiago. Posteriormente, aparece
como comandante da Ilha, já em 1810, José Álvares Lessa. Em novembro de 1815,
José Álvares Lessa já era falecido. Possivelmente, com a morte de Alexandre
José Pereira, que era comandante em 1818, João Martins Ferreira deve ter
assumido o seu lugar. Ele foi, também, o administrador das terras do tenente-coronel Bento José da Costa.
Em 12 de maio de 1825, na capela de Nossa Senhora da
Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, João Martins Ferreira e José Antonio
Álvares foram testemunhas do casamento de Paulino Alves Pessoa, 20 anos, filho
do antigo comandante da Ilha de Manoel Gonçalves, Alexandre José Pereira, já falecido,
e Joanna Maria do Sacramento, com Antonia Bernarda Achiollis, filha de Carlos
José de Sousa e Michaella Archangela dos Anjos.
A esposa de João Martins Ferreira
se chamava Josefa Clara Lessa. Por isso acredito que ela tinha alguma relação
de parentesco com José Álvares Lessa, acima citado, pois, além disso, a mãe
dele se chamava Clara Rodrigues da Purificação. Outro detalhe é que alguns descendentes
de João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa tinham o sobrenome Alves.
O coronel Joaquim Pereira Vianna,
como testamenteiro do Coronel José Thimóteo Pereira Bastos, passou procuração
para o capitão João Martins Ferreira na demarcação do Sítio Panom. Por sua vez,
houve o seguinte substabelecimento: substabeleço esta procuração na pessoa do
Senhor Manoel de Mello Montenegro, para assistir e defender a demarcação da
Fazenda Panom a tudo o mais pertencente a dita fazenda, reservando para mim os
mesmos poderes. Fazenda Panom em 12/10/1823, João Martins Ferreira.
Aos vintes seis dias do mês de
julho de mil oitocentos e vinte e três, o capitão João Martins Ferreira e seu
sócio fiador Joaquim Álvares da Costa, nas casas da Fazenda Nacional, na cidade
do Natal, fizeram lance da quantia de noventa e um mil réis pelo Dízimo de Sal
das Salinas de Mossoró para o triênio que se iniciaria em janeiro de 1826. Por
não aparecer outros lances, foi o arrematador do dito dízimo.
A aparição maior do capitão João
Martins Ferreira se dá nos documentos que falam da extinção da Ilha de Manoel
Gonçalves e da povoação inicial de Macau. Vejamos o que escreveu a respeito
Câmara Cascudo:
O rico comerciante João Martins
Ferreira, seu filho José, seus quatros genros, José Joaquim Fernandes, Manoel
José Fernandes, Manoel Antonio Fernandes e Antonio Joaquim de Sousa vieram para
onde depois se espalham as ruas de Macau. Os quatro genros tem nomes
contraditórios. Noutras informações, deram-me gente diversa. Sabe-se que além
desses, deixaram a ilha os portugueses João Garcia Valladão, Francisco José da
Costa Coentro, Eliziário Cordeiro, Antonio Moura e Silva, Manoel Rodrigues
Ferreira e brasileiro Jacinto José da Hora. Alguns moradores antigos da cidade
lembram que as residências desses fundadores eram nos melhores sítios do
alagado e salitroso Macau. Os Martins Ferreira construíram armazém alto e
sólido onde se lia a data de 1825, denunciando vinda anterior.
Não sei s existe alguma anotação de Cascudo sobre esses outros possíveis genros do capitão.
Das anotações de Cascudo cabem as seguintes
correções: o brasileiro era na verdade
Jacinto João da Ora; quanto a Elisiário, o nome completo era Elisiário Antonio
Cordeiro.
Das informações acima, nos
interessa para este trabalho genealógico os nomes relacionados ao capitão João
Martins Ferreira. Por isso, vamos colocar aqui as informações que foram
possíveis encontrar sobre essas pessoas. Câmara Cascudo disse que recebeu
informações desencontradas sobre os genros de João Martins Ferreira. Os livros
da Igreja dão poucas informações sobre os pais nos casamentos ou mesmos nos
batismos. O capitão João Martins Ferreira teria outras filhas solteiras ou
outros filhos que não aparecem na relação? Alguns outros escritores não fazem
menção ao filho José. É estranho que as pessoas que viveram no século dezenove
não deixaram nada escrito sobre a Ilha e seus moradores, mesmos os que viveram
por lá.
As primeiras informações que obtive
vieram dos batismos dos filhos naturais de Jose Martins Ferreira, o José da
nossa história. Encontramos alguns registros isolados desses filhos e, também,
numa única folha os registros onde o Alferes reconhecia quatro párvulos como
seus filhos naturais. A mãe era Delfina Maria dos Prazeres ou Delfina Maria da
Conceição. Vamos, pois, aos filhos naturais do Alferes José Martins Ferreira.
O primeiro foi Manoel, que nasceu em
1830, e teve como padrinhos de batismo o capitão Silvério Martins de Oliveira e
sua mulher Joanna Nepomucena. Silvério apareceu em muitos registros ao lado do
capitão João Martins Ferreira, tanto na Ilha de Manoel Gonçalves como em outras
localidades do Assú. Além disso, foi o primeiro presidente da Mesa de Rendas de
Macau.
O segundo, José, nasceu em 1831, e
teve como padrinhos de batismos, Pedro Álvares Ferreira e Francisca Martins
Ferreira. Tenho minhas suspeitas que esses dois eram filhos do Capitão João
Martins Ferreira e D. Josefa Clara Lessa, mas não encontrei nenhum documento
que pudesse confirmar tal suspeita. Francisca só apareceu essa única vez nos
documentos que pesquisei. Pedro apareceu mais vezes, tanto ao lado de João
Martins Ferreira, como ao lado de D. Josefa Clara, e, também de José Martins
Ferreira.
Josefa, a terceira, nasceu em 1833.
Seu batismo foi na Ilha de Manoel Gonçalves, e teve como padrinhos Antonio
Joaquim de Sousa e sua mulher Thomásia Martins Ferreira. Sendo Antonio Joaquim
de Sousa genro de João Martins Ferreira, segue-se que Dona Thomásia seria uma
das filhas do capitão.
Joaquim, o último, nasceu em 1834,
tendo sido batizado em Macau, sendo seus padrinhos Manoel José Fernandes e sua
mulher Anna Martins Ferreira. Pela mesma razão acima, D. Anna seria outra filha
do capitão João Martins Ferreira e Dona Josefa Clara Lessa.
Há ainda outro filho de José
Martins Ferreira e Dona Delfina, que não encontrei o batismo, mas cujo
casamento ocorreu em Touros. No registro aparece tão somente que ele era filho
natural de Delfina Maria dos Prazeres. Casou com Ana Maria de Jesus, em 1854,
filha de Bernardino Moraes de Sena e Maria do Nascimento. Posteriormente, ele
aparece nas Cacimbas do Vianna, com o nome de João Alves Martins.
Quem eram as outras filhas do
capitão João Martins Ferreira que seriam esposas de José Joaquim Fernandes e
Manoel Antonio Fernandes? Vamos encontrá-los em outros registros.
Em 1855 era batizado Ricardo, filho
de Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins de Pureza, tendo como padrinhos o
Comandante Superior Jerônimo Cabral Pereira de Macedo, representado por Manoel
Antonio Fernandes Junior, e Nossa Senhora da Conceição. Assim, Maria Martins de
Pureza seria mais uma filha de João Martins e Josefa Clara.
Em 1860 era batizada Emília, filha
de José Joaquim Fernandes e de sua mulher Maria Martins Ferreira, tendo como
padrinhos Nossa Senhora da Conceição e o tenente João Alves Fernandes.
Portanto, essa seria a última filha de João Martins Ferreira e D. Josefa Clara
Lessa encontrada.
Dessa forma, pelos registros
encontrados, seriam filhos de João Martins Ferreira e D. Josefa Clara Lessa:
José Martins Ferreira, Thomásia Martins Ferreira, Anna Martins Ferreira, Maria
Martins Ferreira e Maria Martins de Pureza. Além desses, suspeito que também,
Pedro Alves Ferreira e Francisca Martins Ferreira eram filhos do casal acima.
Esperamos encontrar outros documentos que possam comprovar nossas suspeitas.
Uma outra indicação vem do meu pai.
Segundo ele, ouvido de sua mãe Maria Josefina Martins Ferreira, os Rodrigues do
Baixo Assú e Macau eram do clã do velho José Martins. Por isso, suspeito,
também, que Dona Izabel Martins Ferreira, esposa de Manoel Rodrigues Ferreira,
era irmã do Major José Martins Ferreira, embora não apareça como genro do capitão
João Martins Ferreira, na relação de Cascudo. Segundo o registro de batismo de
Luiz, em 1831, seu pai, Manoel Rodrigues Ferreira, era de Portugal e sua mãe, Izabel
Martins Ferreira, do Assú. Esse casal teve entre outros filhos os seguintes:
Manoel Rodrigues Ferreira Junior, Vicente Rodrigues Ferreira, Joaquim Rodrigues
Ferreira, Felis Rodrigues Ferreira, Luiza Maria Ferreira, João Rodrigues
Ferreira, Anna Rodrigues Ferreira, falecida em 1851, com 22 anos, e Josefa,
nascida em 1839. Sobre os Rodrigues Ferreira, tivemos notícias que o escritor Manoel Rodrigues Ferreira, pretendia escrever um livro que não sei se conseguiu deixar pronto, antes de morrer.
Sobre os filhos naturais do Major
José Martins Ferreira, chamamos atenção para um detalhe. Alguns mudaram de
nome, como a seguir explicitamos: Manoel Martins Ferreira que casou com
Prudência Teixeira Martins, depois aparece com o nome de Manoel José Martins;
João Martins Ferreira, que casou com Anna Maria de Jesus, passou a se chamara
João Alves Martins; Joaquim sempre se apresentou como Joaquim José Martins
Ferreira e foi casado com Maria Izabel da Conceição. Nos registros aparecem
várias pessoas com o nome de Josefa Martins Ferreira. Acredito que a filha
natural de José Martins Ferreira é a que casou com o português Manoel Alves da
Silva.
Neste trabalho não é possível
desenhar toda a descendência encontrada do capitão João Martins Ferreira e Dona
Josefa Clara Lessa. Por isso, vamos deixar algumas que podem servir de
referências para outros pesquisadores que hoje estudam essas famílias. Os
livros de registros estão espalhados pelas Freguesias de Assú, Angicos, Macau e
Santana do Mattos e são incompletos. Com a ajuda de outras familiares é
possível, mais adiante, ter uma precisão maior sobre as nossas informações.
Cada ramo que estudar as informações deixadas por seus ascendentes pode
contribuir para a melhor qualidade do estudo genealógico da família do capitão. Infelizmente, não tenho encontrado outros descendentes interessados em contribuir, com exceção de Noélia que descende de Delfino Alves Martins.
Manoel Antonio Fernandes e Maria
Martins de Pureza foram pais de: Manoel Antonio Fernandes Junior que foi casado
com Marcimina Amelia da Silveira Borges, filha de Joaquim Ignácio da Silveira
Borges e Anna Joaquina de Jesus Silveira; Antonia, nascida em 1848, que teve como padrinhos Pedro Alves Ferreira e
Clara Maria Fernandes; Francisco, nascido em 1843, cujo padrinho foi Joaquim
José Fernandes.
José Joaquim Fernandes e Maria
Martins Ferreira foram pais de: Emília, nascida em 21/2/1860; Josefa
Cordulina Fernandes; o tenente João Alves Fernandes, filho do casal acima, casou com Maria Rosa Fernandes, filha de Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins de Pureza. Manoel Alves Fernandes, outro filho do casal, foi casado com Anna Rosa da Silveira, filha de Baltazar de Moura e Silva e Josefa Martins de Sousa (1ª esposa).
Antonio Joaquim de Sousa e Thomásia
Martins Ferreira foram pais de: Antonio Joaquim de Sousa Junior; outro filho do
casal era João Antonio de Sousa, que casou em 22/11/1852, com Anna Joaquina da
Silveira, filha legítima de Antonio da Silva de Carvalho e Maria da Silva
Velosa, irmã, portanto, do Barão de Serra Branca Felipe Nery de Carvalho e
Silva.
Manoel José Fernandes e sua mulher
Anna Martins Ferreira foram pais de: José, nascido em 21/7/1832, que foi
batizado na Ilha de Manoel Gonçalves, tendo como padrinho João Martins
Ferreira. Há pouca informações sobre esse casal.
Sobre Pedro Alves Ferreira, que
acredito ser um dos filhos de João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa,
encontramos um único registro de filho. Segundo o registro de batismo, João,
filho de Pedro Alves Ferreira e Maria Emília das Dores Ferreira, nasceu em
24/6/1844, e foi batizado na Fazenda Cacimbas, em 25/12/1844, tendo como
padrinhos Nossa Senhora da Conceição e Domingos da Costa Oliveira, por
procuração passada ao Major José Martins Ferreira. Pedro foi procurador de
Bento José da Costa Junior, padrinho de Maria, filha do Major José Martins
Ferreira.
O último filho de José Martins
Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres que encontramos foi Joaquim, nascido em
1834. Em 1835, José Martins Ferreira aparece casado com Josefina Martins
Ferreira. Desse casal encontramos, até agora, os filhos: José, nascido em 1837,
João Martins Ferreira, em 1840, Francisco Martins Ferreira em 1841, Maria
Emília Martins Ferreira em 1845 e Izabel Martins Ferreira que faleceu em 5 de
março de 1887. Nessa data o Major José Martins Ferreira já era falecido.
Os filhos de José Alves Martins
aparecem no seu inventário de 1871. Nesse ano, ele foi assassinado a facadas
pelo sócio João Rodrigues Ferreira. Quem ficou com a tutela dos órfãos foi
Manoel José Martins, seu irmão, e tio das seguintes crianças: Francisco Alves
Martins, que casou com Maria Teixeira Martins; Militão Alves Martins, que casou
com Maria Joaquina da Conceição; Maria; Delfino Alves Martins, que casou com
Paulina Maria da Conceição; Manoel Alves
Martins, que casou a primeira vez com Joaquina Maria da Conceição, e depois com
Maria Ignácia da Conceição; José Alves
Martins Junior; João Alves Martins, que casou com Maria Agnelina Fernandes,
filha de João Alves Fernandes e Anna Maria do Amor Divino; Joaquim Alves
Martins, que casou com Joanna Teixeira Martins; e Josefina Emília Alves Martins, que casou com
Absalão Fernandes da Silva Bacilon.
Falemos um pouco das descendências
desses filhos de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres.
Manoel José Martins foi casado com
Prudência Teixeira Martins, dos quais não localizei filhos.
Joaquim José Martins Ferreira foi
casado com Maria Izabel da Conceição. Desse casamento encontro os filhos
Joaquim José Martins Ferreira Junior, Rosa Maria Martins Ferreira e Emygdio
Martins Ferreira.
Josefa Martins Ferreira foi casada
com o português Manoel Alves da Silva.
João Alves Martins, que antes se
assinava João Martins Ferreira, casou com Anna Maria de Jesus.
Dos filhos do Major José Martins
Ferreira com Josefina, a única descendência que encontrei alguma coisa foi a de
Francisco Martins Ferreira, meu bisavô. Ele casou a primeira vez com Francisca
de Paula Maria de Carvalho, filha de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Maria
Ignácia Rosalinda Brasileira, e daí nasceu minha avó Maria Josefina Martins
Ferreira, que casou com Miguel Francisco da Trindade, filho de João Felippe da
Trindade e Francisca Rita Xavier da Costa; Francisca Paula morreu de parto, aos
25 anos, estando enterrada em Macau. Meu bisavô casou, então com Antonia
Lourença Dias da Rosa, irmã de minha bisavó Francisca Rita, ambas filhas de
Miguel Francisco da Costa Machado e Anna Barbosa da Conceição. Desse casamento
somente sobreviveu José Martins Ferreira, conhecido na família por Senhorzinho,
que foi para o Norte, e não tenho notícias dele.
É importante salientar que dos
descendentes do capitão João Martins Ferreira, o maior destaque político vem
dos filhos de José Alves Martins. A filha Josefina Emília, casada com Absalão
Fernandes gerou dona Anna Zina mãe de Deputado Aristófanes Fernandes; e gerou
Maria Fernandes (Dona Liquinha) mãe de Aluizio Alves, que foi governador do Rio
Grande do Norte. Dona Liquinha foi casado com Manoel Alves Filho, seu primo
legítimo, pois Manoel Alves Martins, pai de seu Nezinho, era filho de José
Alves Martins e Francisca Martins de Oliveira.
Se os registros de casamentos
fossem mais precisos, incluindo os nomes dos pais dos nubentes, com certeza
teríamos mais informações sobre mais descendentes.
Boa parte dos familiares do capitão
João Martins Ferreira se mudou de Macau para Cacimbas do Vianna, hoje
pertencente ao município de Porto do Mangue, principalmente os descendentes do
Major José Martins Ferreira. Alguns nomes cujos registros encontramos são de
familiares do capitão, mas não podemos identificar os pais. Em 1857 casou Joaquim Martins Ferreira Lessa
com Anna Theodora Martins Ferreira, no sitio das Mercês, da Fazenda Cacimbas do
Vianna. Em 1851, nas Cacimbas do Vianna, João Martins Ferreira casou com Josefa
Clara Martins, dispensados do parentesco que os ligavam. Quem eram eles?
Todo esse trabalho que,
preliminarmente, posto nesta revista, será ampliado no futuro. Aqui, como
queríamos fazer uma homenagem ao capitão João Martins Ferreira, procuramos
traçar só algumas linhas de descendências dele.
Nota. O artigo aqui apresentado foi publicado no primeiro número da Revista do Instituo de Genealogia do Rio Grande do Norte. Por tratar da pessoa mais citada, quando se fala na Ilha de Manoel Gonçalves, resolvi que esse seria o primeiro artigo deste blog.