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domingo, 20 de outubro de 2013

João de Christovão de Faria Leite Junior e Bernardina

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Outro personagem que encontramos, com frequência, na Ilha de Manoel Gonçalves era Christovão de Faria Leite Junior. Segue o batismo de um de seus filhos.

João, filho legítimo de Christovão de Faria Leite Junior e Bernardina Maria do Espirito Santo, naturais do Assú, nasceu aos quatro de junho de 1832, e foi batizado aos 15 de julho do dito ano, pelo Padre Frei Antonio de Jesus Maia Lôbo, de minha licença, no Oratório de Nossa Senhora da Conceição de Manoel Gonçalves, e lhe pôs os Sagrados Óleos. Foram padrinhos Francisco Martins de Miranda, solteiro e Felisberta Maria do Espírito Santo, casado, esta de Santa Ana do Matos e aquele deste Assú. E para constar fiz este assento em que assinei. Joaquim José de Santa Ana. Paróco do Assú.

Christovão e Bernardina se casaram no ano de 1826, conforme registro que segue; Aos quatro de setembro de mil oitocentos e vinte e seis, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Guamaré, filial da Freguesia de Santa Ana do Matos, tendo precedido as Canônicas Diligências, sem impedimento, confissão e exame da Doutrina Cristã, o Reverendo José Bernardo de Carvalho, de minha licença, ajuntou em matrimônio, e deu as bençãos nupciais aos meus paroquianos Christovão de Faria Leite, e Bernardina Maria do Espirito Santo; ele natural desta Freguesia, ela natural da Freguesia de Pau dos Ferros do Apodi: ele filho legítimo de Christovão de Faria Leite e Damiana Maria da Conceição, ela filha legítima de Miguel da Cunha Machado, já falecido, e Domingas Maria do Espírito Santo, sendo testemunhas Joaquim Álvares da Costa, casado, Francisco Martins de Miranda  e Eduardo Pereira do Valle, solteiros que com o dito Padre assinaram o assento que me foi remetido, pelo qual fiz o presente que assino. Vigário João Theotonio de Sousa e Silva.

Em alguns documentos, o sobrenome é Farias no lugar de Faria. Joaquim Álvares e Eduardo Pereira eram outros frequentadores da Ilha de Manoel Gonçalves.

Uma filha de Christovão e Bernardina, de nome Maria, foi sepultada, na Capela de Guamaré, aos 11 de dezembro de 1828. Tinha a idade de três meses. Deve ter sido a primeira filha do casal.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Manoel da Rocha Bezerra, na Ilha de Manoel Gonçalves


Os Rocha Bezerra se entrelaçam com as minhas famílias em vários níveis. Acredito, até, que um dos meus ramos vem deles, mas não consegui documentar. Até na Ilha de Manoel Gonçalves eles estão presentes.

Aos onze de outubro de 1828, pelas dez horas da manhã, no Oratório de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, tendo precedidas as canônicas denunciações, sem impedimento, e os mais requisitos do costume, o Reverendo Padre Luiz Gonzaga da Costa Moreira, de licença minha, ajuntou em matrimônio e deu as bençãos nupciais aos meus paroquianos Manoel da Rocha Bezerra e Josefa Jacinta de Vasconcelos, naturais e moradores nesta Freguesia. Ele filho de Balthazar da Rocha Silveira e Josefa Barbosa da Silva; ela filha de Carlos José de Sousa e Manoela Archângela dos Anjos, sendo testemunhas o capitão João Martins Ferreira e o Capitão Silvério Martins de Oliveira, que com o referido padre assinou o assento, que me foi remetido, pelo qual fiz este assento. O vigário João Theotônio de Sousa e Silva.

Já tivemos oportunidade de apresentar Carlos José de Souza, pois uma de suas filhas casou com um filho do administrador do degredo da Ilha. Ele comandava esse degredo no ano da invasão da Ilha, em 1818.

Manoel da Rocha Bezerra era irmão do Professor Matheus da Rocha Bezerra, avô de Emygdio da Costa Bezerra Avelino, que viveu em Macau. Era, portanto, bisavô de Edinor, e tetravô de Gilberto Avelino.

 Quem aparece novamente aqui, nesse sacramento acima, é o meu tetravô João Martins Ferreira. É importante salientar que o sobrenome de Balthazar se modifica de acordo com o registro: ou Silveira ou Bezerra, embora os Rocha Bezerra são da mesma família dos Silveira. Dona Josefa, também, tem variação no nome: as vezes é Josefa Maria da Silva. Mas, como um dos filhos dela se chamava Agostinho Barbosa da Silva, é possível que esse sobrenome venha de um ascendente. 

Entre os filhos desse casal, encontramos o batismo dos seguintes:

Genuína - A um de dezembro de mil oitocentos, e trinta e dois, nesta Matriz de Santa Anna do Mattos, batizei solenemente, e pus os Santos Óleos a Genuína, nascida a onze de setembro deste ano,  filha legítima de Manoel da Rocha Bezerra, e de sua mulher Josefa Jacinta, naturais e moradores nesta  Freguesia; foram padrinhos Antonio Barbosa Biserra e Josefa Maria de Souza por procuração que apresentaram João Manoel da Costa, e Josefa Cândida da Rocha Biserra. Do que para constar fiz este assento que  assinei. Vigário João Theotônio de Sousa e Silva.

Esse João Manoel da Costa, também se apresentava como João Manoel da Costa e Melo. Era irmão do meu trisavô Vicente Ferreira da Costa e Mello do O'. A esposa dele, Dona Josefa Cândida, era irmã de Manoel da Rocha Bezerra, e, portanto, tia da batizada.

Joaquim, branco, filho legítimo de Manoel Rocha Biserra, e de sua mulher Josefa Jacinta Biserra, naturais e moradores nesta Freguesia, nasceu à dois de abril de mil oitocentos e trinta e cinco, foi batizado solenemente, com  os Santos Óleos, em desobriga, aos dez de julho do dito ano, por mim Coadjutor desta Freguesia, de licença do Reverendo Senhor Vigário  da mesma; foram padrinhos José Martins Ferreira, e sua mulher Josefina Maria Ferreira, do que  para constar fiz este assento que assinei.  Agora, os padrinhos de Joaquim eram meus trisavós. José Martins Ferreira era filho do capitão João Martins Ferreira. A esposa dele, Josefina Maria, era, segundo meu pai, sobrinha do tenente-coronel, Bento José da Costa. 

Antonio, branco, filho legitimo de Manoel da Rocha Bezerra e Josefa Jacinta de Vasconcelos, nasceu aos 22 de junho de mil oitocentos e cinquenta e três, e foi batizado solenemente, nesta Matriz do Assú, pelo Reverendo Vigário Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, a vinte e três de novembro do mesmo ano; foram padrinhos Padre Elias Barbalho Bezerra, e Maria Quitéria Barbalho Bezerra, solteira. E para constar, fiz este assento em que assino. Vigário Elias Barbalho Bezerra.
Observamos que 25 anos depois de casado Manoel e Josefa ainda geravam filhos. Portanto, deve haver mais filhos do casal que não encontramos. A dificuldade vem do fato que os registros aparecem em várias Freguesias, como Assú, Santana do Matos, Angicos e Macau.

Um documento importante que encontrei, não me lembro como,  tem os seguintes dizeres: Aos doze dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e sete, nesta cidade de Macau do Estado do Rio Grande do Norte, em meu cartório, compareceu o cidadão João Teixeira de Sousa, e apresentou-me atestado de óbito abaixo declarado e disse: que, conforme o atestado aludido, hoje às quatro horas da manhã, faleceu o ancião Manoel da Rocha Bezerra, seu sogro, casado, natural deste estado, residindo nesta cidade, com setenta anos de idade, deixando viúva que se chama Francelina Francisca de Medeiros, moradora nesta cidade, que o óbito proveio de febre: do que fiz este termo que assinou o declarante. Eu Porphírio Cabral o escrevi: João Teixeira de Sousa.

Manoel, pelo óbito deve ter nascido por volta de 1835. Vejamos agora os filhos de Manoel da Rocha Bezerra Junior.

Tertuliano, filho legítimo de Manoel da Rocha Bezerra Junior e Francelina Francisca de Medeiros, nasceu aos vinte e sete de abril de mil oitocentos e sessenta, e foi batizado aos vinte e oito de maio do mesmo anos, por mim, nesta Matriz, com os Santos Óleos. Foram padrinhos Manoel da Rocha Bezerra, com procuração do comandante superior Jeronimo Cabral Pereira de Macedo e Josefa (espaço em branco)  Do que para constar fiz este assento em que me assinei. Vigário Manoel Januário Cabral.

Francisco, branco, filho legítimo de Manoel da Rocha Bezerra Junior e Francelina Josefa do Espírito Santo, naturais e moradores nesta Freguesia de Macau, nasceu aos (em branco) de dezembro de mil oitocentos e cinquenta e cinco e foi batizado solenemente por mim nesta Matriz aos três de fevereiro de mil oitocentos e cinquenta e seis, foram padrinhos Joaquim José de Medeiros e sua mulher, Leonor Pereira Barbosa. do que para constar fiz este assento, em que por verdade me assino. Vigário João Ignácio de Loyolla Bezerra.

João Teixeira de Sousa, genro de Manoel da Rocha Bezerra Junior, era natural de Cacimbas do Viana. Eram seus pais Manoel José de Sousa que casou com Cosma Maria do Espírito Santo, em 24 de fevereiro de 1848, tendo como testemunhas meu trisavô, Major José Martins Ferreira e João Teixeira de Sousa, que deve ser da família dele. Vejamos alguns filhos dele, portanto, netos de Manoel da Rocha Bezerra Junior.

Francisca, filha legítima de João Teixeira de Sousa, e Veneranda Francisca Bezerra, nasceu a 10 de março de 1874, e foi batizada solenemente na Matriz, com os Santos Óleos, por mim pároco, a 5 de maio de 1874, sendo padrinhos Francisco Frazão de Barros, e sua mulher Josefa Francisca de Barros. Para constar fiz este assento e assinei. Vigário Joaquim Manoel de Oliveira Costa.

Francelina, filha legítima de João Teixeira de Sousa e Veneranda Francisca de Sousa, nasceu (falta esta parte) de junho de 1881, e foi solenemente batizada por mim a 11 de (falta, também) do mesmo ano.

Encontramos o registro de outra filha do casal com o mesmo nome: Francisca, filha legítima de João Teixeira de Sousa e Veneranda Francisca Bezerra, nasceu a 28 de dezembro de 1883, e foi na Matriz solenemente batizada pelo Reverendo Vigário Manoel Januário Cabral, a 2 de abril de 1884, sendo padrinhos o Padre José Joaquim Fernandes e Dona Olímpia Olívia Rodrigues de Sousa, do que para constar fiz este assento, em que assino. O vigário Estevão José Dantas.

Januário, branco, filho legítimo de João Teixeira de Sousa, e Veneranda da Rocha Bezerra, nasceu a 19 de setembro de 1875, foi batizado solenemente por mim, nesta Matriz de Macau, aos 24 de setembro do mesmo ano, foram padrinhos Joaquim José de Sousa, e sua mana Maria Joaquina da Conceição, ambos casados, e para constar fiz este assento em que assinei. Padre Elias Barbalho Bezerra  Coadjutor Pró Pároco de Macau.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

O óbito de Josefa Clara Lessa

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Até o momento não encontramos o óbito do capitão João Martins Ferreira. Entretanto, achamos o de sua esposa Josefa Clara Lessa, que foi sepultada na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Macau. Pelo documento se vê que em 1851, o capitão já era falecido.


No registro acima está escrito:
Aos 12 de março de 1851, foi sepultada na Capela de Macau, de grades acima, a adulta Josefa Clara Lessa, branca, viúva do finado João Martins Ferreira, com 66 anos de idade, amortalhada em preto, e encomendada pelo Reverendo Silvério Bezerra de Menezes; do que fiz esta termo em que assinei, Felis Alves de Sousa, Vigário Colado de Angicos.

Na sequência tem o óbito de uma filha de Manoel Alves da Silva e Josefa Martins Ferreira. Está última, suspeito que era a filha do Major José Martins Ferreira, que nasceu na Ilha de Manoel Gonçalves.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Um Pinto Martins na Ilha de Manoel Gonçalves

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Neste registro o capitão João Martins Ferreira volta a ser padrinho no ano de 1832, na Ilha de Manoel Gonçalves. Desta vez foi apadrinhar uma filha de Tomas Pinto Martins.

Maria, filha legítima de Tomás Pinto Martins e Josefa Florinda Pessoa, naturais do Assú, nasceu aos quinze de junho de mil oitocentos e trinta e dois, e foi batizada aos dezoito do dito mês e ano, pelo Padre Frei Antonio de Jesus Maria Lobo, de minha licença, no Oratório de Nossa Senhora da Conceição de Manoel Gonçalves, e lhe conferiu os sagrados óleos; foram padrinhos João Martins Ferreira, casado, e Maria Magdalena, viúva, todos desta Freguesia do Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei, Joaquim José de Santa Anna, Pároco do Assú.

João Martins Ferreira, Josefa Clara Lessa e Antonio Caetano Monteiro

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Em 1810, quando se fazia o levantamento dos bens do inventário de Domingos Affonso Ferreira e de sua esposa, quem vivia na Ilha de Manoel Gonçalves era José Álvares Lessa, que era, também, o representante do tenente-coronel Bento José da Costa. Um das pessoas escaladas para fazer a avaliação dos bens foi Antonio Caetano Monteiro. No registro a seguir vamos encontrar o capitão João Martins Ferreira e sua esposa Josefa Clara Lessa apadrinhando uma filha de Antonio Caetano.

Maria, filha legítima de Antonio Caetano Monteiro e Josefa Ferreira de Melo, naturais do Assú, nasceu aos três de fevereiro de mil oitocentos e trinta e dois, e foi batizada aos quatro do dito mês e ano, por mim, na Matriz de São João Baptista do Assú, e lhes conferi os sagrados óleos. Foram padrinhos João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa,  por seus procuradores Luis da Fonseca Silva e Florinda Saraiva Monteiro, solteiros, todos deste Assú. E para constar fiz este assento, em que me assinei, Joaquim José de Santa Anna, Pároco do Assú.


José, de Manoel José Fernandes e Anna Martins Ferreira

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Há muitas controvérsias sobre o ano em que o cruzeiro foi da Ilha de Manoel Gonçalves para Macau, como também quando a Ilha foi totalmente coberta pelo mar. Aquela imagem de Nossa Senhora da Conceição que foi da Ilha para Macau, pode ter ocorrido muito depois do ano de 1832. O registro a seguir é do batismo de um neto do capitão João Martins Ferreira, que ocorreu na Ilha, no ano de 1832. Vejamos.

José, filho legítimo de Manoel José Fernandes, Europeu, e Anna Martins Ferreira, natural do Assú, nasceu aos vinte e um de julho de mil oitocentos e trinta e dois, e foi batizado aos vinte e nove do dito mês e ano, pelo padre Frei Antonio de Jesus Maria Lobo, de minha licença, no Oratório de Nossa Senhora da Conceição de Manoel Gonçalves, e lhes conferiu os sagrados óleos:forma padrinhos João Martins Ferreira  casado, todos deste Assú. E para constar fiz este assento em que me assino, Joaquim José de Santa Anna. Pároco do Assú.

No registro só aparece um padrinho, justamente o avô. É pena que os responsáveis pelos registros economizassem nas informações, apesar das constantes recomendações dos padres visitadores. 

João Martins Ferreira e Josefa Clara Martins

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Em artigo postado anteriormente, alertávamos quanto aos nomes que se repetem. Lembramos que alguns moradores da Ilha de Manoel Gonçalves passaram para Macau e, depois, foram para Cacimbas do Viana, hoje, pertencente a Porto do Mangue. Meus tetravós, que viveram na Ilha de Manoel Gonçalves, e fazem parte dos primeiros povoadores de Macau, eram João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa. No registros abaixo, vamos encontrar o casamento de pessoas com nomes parecidos com os deles. A falta dos nomes dos pais dos nubentes dificulta descobrir quem eram, na verdade. Eram parentes, mas não há a informação do grau. 

Aos três horas da tarde do dia vinte e sete de novembro de mil oitocentos e cinquenta e um, no Sítio das Cacimbas, o Reverendo Coadjutor, Elias Barbalho Bezerra, de licença minha, uniu em matrimônio  e deu as bençãos nupciais, aos nubentes João Martins Ferreira e Josefa Clara Martins, que se achavam dispensados no parentesco de consanguinidade, serem naturais desta freguesia:servatis servandis; e presenciaram as testemunhas, o coronel Manoel Lins Wanderley, e tenente Francisco Lins Wanderley, casados, e para constar, mandei fazer este termo de assento, em que assinei. Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, Vigário Colado do Assú.

Manoel dos Santos Malaquias e Felippa Maria da Conceição

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Nossas postagens não seguem nenhuma ordem cronológica. Este registro, abaixo, aconteceu na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Macau. Observe que mantiveram a mesma invocação da Ilha de Manoel Gonçalves. Uma questão ainda não resolvida é quanto ao ano que faleceu o capitão João Martins Ferreira. Achamos, que foi entre 1840 e 1850. Assim, quando aparecer João Martins Ferreira depois disso, deve ser um filho, ou neto. Outro detalhe é que alguns registros de Assú, depois de certo tempo, vem sem os nomes dos pais dos nubentes.

Aos vinte e cinco de setembro de mil oitocentos e cincoenta e três, por dez horas do dia, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Macau, o padre Ignácio Damaso Correia Lobo, de minha licença,  uniu em matrimônio, logo abençoou aos contraentes, meus fregueses Manoel dos Santos Malaquias, e Felippa Maria da Conceição, servatis servandis; foram testemunhas Manoel Alves da Silva e João Martins Ferreira, casados, do que fiz este termo que assinei. Manoel Jerônimo Bezerra Cavalcanti. Vigário Colado do Assú.


Gonçalo Barbosa de Moura e Maria Francisca da Conceição

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

No registro abaixo, esqueceram de colocar os nomes dos pais da noiva. As testemunhas foram José Martins Ferreira, filho do capitão João Martins Ferreira, e Pedro Álvares Ferreira, que suspeito ser, também, da família do capitão.

Aos onze dias do mês de Agosto de mil oitocentos e vinte e quatro, pelas onze horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em minha presença, e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes, Manoel Barbosa de Andrade e Maria Francisca da Conceição, meus fregueses: o esposo tem de idade trinta e seis anos, filho legítimo de Gonçalo Barbosa de Moura e Catharina Maria de Jesus: a esposa de vinte anos, naturais e moradores no Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento; e logo lhes dei as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Pedro Álvares Ferreira e José Martins Ferreira, solteiros, todos deste Assú. E para cosntar fiz este assento que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, Pároco do Assú. Os nubentes eram pardos.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

João José e Francisca dos Santos

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

No registro a seguir, uma das testemunhas, João Teixeira da Silva, morava em Muriú, Ceará-mirim. O nubente não tem sobrenome, embora o pai seja um Ximenes de Amorim. Aparecem outros sobrenomes como Cabral, do pai da noiva, e Calheiros de uma das testemunhas.


Aos onze dias do mês de agosto de mil oitocentos e vinte e quatro, pelas 11 horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em minha presença e das testemunhas, abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes, João José e Francisca dos Santos, meus fregueses: o esposo tem de idade vinte e cinco anos, filho legítimo de José Ximenes de Amorim e Ritta Izabel de Jesus: a esposa, de idade de vinte e dois anos, filha legítima de Tomas Cabral e Anna Joaquina, naturais e moradores neste Assú, onde se fizeram as diligências nupciais, sem impedimento, e logo lhes dei as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas, João Teixeira da Silva, casado, morador em Muriú de Ceará-mirim e Antonio Correa Calheiros, viúvo, morador no Assú, todos desta Freguesia de São João Baptista do Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei, Joaquim José de Santa Anna, pároco do Assú.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Joaquim Francisco Bras de Araújo e Vicência Maria

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Esse casamento de 1824, traz como uma das testemunhas Bento José da Costa, pessoa com o mesmo nome do dono de terras do sertão do Assú, que incluía a Ilha de Manoel Gonçalves. Não há nenhuma referência no registro sobre quem poderia ser essa pessoa. Nesse casamento, novamente aparece como testemunha Ignácio Teixeira de Barros. Além disso, celebrado pelo pároco do Assú, Joaquim José de Santa Anna.
Outra observação que faço é sobre os livros da Freguesia do Assú que desapareceram. Quantas informações importantes teríamos, se eles ainda existissem. Pior do que isso, são os livros de inventários e compras de terras, antigos que estão, dia a dia, desaparecendo. As informações históricas de velhos municípios do Rio Grande do Norte, presentes em alguns sites,  contem erros, por falta de conhecimentos dos seus informantes. Uma lástima. Quem está, verdadeiramente, cuidando de nossa História e da nossa Cultura?

Aos quatorze dias do mês de outubro de mil oitocentos e vinte e quatro, pelas oito horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em minha presença e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes Joaquim Francisco Bras de Araújo e Vicência Maria, meus fregueses: o esposo, de idade de vinte e oito anos, filho legítimo de Francisco Bras de Araújo, já falecido, e Rosa Domingas; a esposa de vinte e cinco anos, filha legítima de José Rodrigues e Maria Egypciaca, naturais e moradores neste Assú, onde se fizeram as diligências nupciais, sem impedimento, e logo lhes dei as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Ignácio Teixeira e Bento José da Costa, casados, todos deste Assú, e para constar fiz esta assento, em que me assino. Joaquim José de Santa Ana, pároco do Assú. Os nubentes eram pardos

José Antonio da Silva e Joanna Evangelista do Nascimento

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

O casamento a seguir foi feito nos primeiros dias do ano de 1825. Os nubentes eram pardos. Nele aparece como testemunha um Teixeira de Barros.
Aos oito dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e vinte e cinco, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas dez horas da manhã, em presença do Frei Francisco de Santa Tereza, e das testemunhas abaixo declaradas, de minha licença, se receberam por esposos presentes José Antonio da Silva e Joanna Evangelista do Nascimento, meus fregueses: o esposo tem idade vinte e dois anos, filho legítimo de Felis Ribeiro da Silva e Antônia Maria da Costa, já falecidos  a esposa de idade de vinte anos filha legítima de Francisco Vitorino do Nascimento e Maria Ritta Ferreira, todos desta Freguesia do Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais sem impedimento; e logo lhes deu as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Ignácio Teixeira de Barros e Miguel Pereira, casados, todos deste Assú. e para constar fiz este assento em que me assinei. Declaro que os nubentes foram dispensados do parentesco que os ligavam. Joaquim José de Santa Ana, pároco do Assú.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Gabriel Soares de Souza e a Ilha de Manoel Gonçalves

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Tudo que for relativo à Ilha de Manoel Gonçalves traremos para esse espaço, para que sirva de subsídios para a História dessa Ilha que submergiu, mas que as autoridades públicas não dão a maior importância. Não serve nem de atrativo para o turismo potiguar. Uma lástima.

Gabriel Soares de Sousa, em seu "Tratado Descritivo do Brasil em 1587", escreveu no ítem - Em que se declara a costa do rio de Jagoarive até o cabo de São Roque -  o que se segue:
Do rio Jagoarive de que se trata acima até a baia dos Arrecifes são oito léguas, a qual demora em altura de três graus. Nesta baía se descobrem de baixa-mar muitas fontes de água doce muito boa, onde bebem os peixe-bois, de que aí há muitos, que se matam arpoando-os assim o gentio potiguoar, que aqui vinha, como os caravelões da costa, que por aqui passam desgarrados, onde acham bom surgidouros e abrigada.

Desta baía ao rio São Miguel são sete léguas, a qual está em altura de três graus e dois terços, em a qual os navios da costa surgem por acharem nela boa abrigada. Desta baía ao Rio Grande são quatro léguas o qual está em altura de quatro graus  Este rio tem duas pontas saídas para o mar, e ente uma e outra há uma ilhota, que lhe faz duas barras, pelas quais entram navios da costa. Defronte deste rio se começam os baixos de São Roque, e deste Rio Grande ao cabo de São Roque são dez léguas, o qual está em altura de quatro graus e um seismo; entre este cabo e a pontoa do Rio Grande se faz um ponta a outra uma grande baía, cuja terra é boa e cheia de mato, em cuja ribeira ao longo do mar se acha muito sal feito. Defronte desta baia estão os baixos de São Roque, os quais arrebentam em três ordens, e entra-se nesta baía por cinco canais que vêm ter ao canal que está entre um arrecife e outro, pelos quais se acha fundo de duas, três, quatro e cinco braças por onde entram os navios da costa à vontade.

Nesse documento acima, ele trata como Rio Grande ao Rio Assú, pois ao Rio Potengi, chamava outro Rio Grande.

Olavo Medeiros, no livro "Aconteceu na Capitania do Rio Grande", escreveu: o Rio Grande apontado por Soares de Souza, corresponde ao rio Amargoso ou Açu, distanciado cerca de 12 lpeguas do Mossoró. A ilhota começou a submergir em 1818, possuindo a denominação de Ilha de Manoel Gonçalves. Apresentava uma extensão de seis milhas, tendo a sua extemidade oriental na confrontaçaõ do rio Amargoso, Salgado ou Açu, atingindo, pelo ocidente, as proximidades do rio das Conchas.

Não sei em que momento a Ilhota foi batizada como Ilha de Manoel Gonçalves, mas na época de Gabriel, ainda não tinha esse nome.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Teodósio Honorato de Mello e Francisca das Chagas

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Aqui, neste registro, aparece uma pessoa que veio de Aracati. O José Martins que aparece como testemunha, talvez seja o filho do capitão João Martins Ferreira, ainda solteiro em 1825.

Aos três dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e vinte e cinco, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas oito horas da manhã, em presença do Padre Frei Francisco de Santa Tereza, e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes, Teodósio Honorato de Mello e Francisca das Chagas, meus fregueses: o esposo tem de idade vinte e dois anos, filho legítimo de Manoel do Nascimento e Antônia Maria do Carmo, natural de Aracati, donde apresentou, do seu respectivo pároco, uma certidão de natural e batizado naquela Freguesia; a esposa de idade de dezesseis anos filha legítima de Gonçalo Barbosa de Moura e Catharina da Conceição, natural deste Assú, e moradores onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento, e logo lhes deu as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas José Martins e Manoel Siqueira Lima (ou Luna), solteiros, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, Pároco do Assú.

José Alexandre Ferreira e Tereza Maria de Jesus

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Neste assento, os contraentes são filhos naturais e, também, não aparecem os nomes dos pais. Não foi possível ler a idade da nubente.

Aos quinze dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e vinte e cinco, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas novas horas da manhã, em presença do Padre Frei Francisco de Santa Tereza e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes: José Alexandre Ferreira e Tereza Maria de Jesus, meus fregueses: o esposo tem de idade  quarenta anos, filho natural de Damiana Maria de Jesus; a esposa de idade de (?) anos, filha natural de Joana Gonçalves, naturais e moradores nesta Freguesia, onde se fizeram as diligências nupciais, sem impedimento; e logo lhes deu as bençãos nupciais, sendo primeiramente examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Cláudio Rodrigues e Leandro Rodrigues da Silveira, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Ana. Pároco do Assú.

João Teixeira de Barros e Francisca Xavier

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

A família Teixeira de Barros está presente em Macau. Veremos, ainda, vários personagens dessa família, aqui no blog. Outra vez a presença de João Martins Ferreira

Aos quinze dias do mês de abril de mil oitocentos e vinte e cinco, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre Frei Francisco de Santa Tereza, e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes João Teixeira de Barros e Francisca Xavier, meus fregueses: o esposo de idade de vinte e cinco anos, filho legítimo de Manoel Teixeira de Barros e Antônia Maria da Conceição; a esposa de dezoito anos, filha legítima de João Pereira da Silva e Maria dos Santos Rosa, naturais e moradores neste Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento, e logo lhes deu as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas João Martins Ferreira e Ignácio Teixeira de Barros, casados, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, pároco do Assú. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Paulino Álvares Pessoa e Antônia Bernarda Achiolis

Por João Felipe da Trindade

Quando se fala nos primeiros habitantes de Macau que deixaram a Ilha de Manoel Gonçalves, em virtude do avanço do mar, me parece que alguns nomes foram esquecidos. No registro abaixo aparece Carlos José de Sousa, um dos que não é mencionado nessa lista, bastante repetida pelos autores. Duas outras filhas dele, além de Micaela, casaram com outras pessoas que estão presentes na vida de Macau. Posteriormente vamos apresentá-las aqui. No registro abaixo, mais uma vez está presente como testemunha o capitão João Martins Ferreira. Na postagem anterior colocávamos dúvida sobre Alexandre José Pereira, se era o que estava presente na invasão da Ilha pelos corsários ou um descendente. Entretanto, pelo registro abaixo, vemos que o comandante já era falecido em maio. É possível que aquele citado no artigo anterior seja um descendente, ou, talvez, um homônimo.

Aos doze dias do mês de maio de mil oitocentos e vinte e cinco na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas nove horas da manhã, em presença do Padre Frei Francisco de Santa Tereza e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam  por esposos presentes Paulino Álvares Pessoa e Antônia Bernarda Achiolis (ambos pardos), meus fregueses: o esposo de idade de vinte anos, filho legítimo de Alexandre José Pereira, já falecido e Joanna Maria do Sacramento; a esposa de vinte e dois anos filha legítima de Carlos José de Sousa e Micaela Arcângela dos Anjos, naturais e moradores neste Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais,sem impedimento, e logo lhes deu as bençãos nupciais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas João Martins Ferreira e José Antonio Álvares, casados, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, pároco do Assú.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Gonçalo Carneiro e Gertrudes Maria da Conceição

Por João Felipe da Trindade

Nesse registro abaixo, há referência ao parentesco entre os nubentes, mas pelos sobrenomes não tem como se inferir coisa alguma. Outro detalhe nesse registro é que uma das testemunhas tem o mesmo nome do ex-comandante do Degredo da Ilha de Manoel Gonçalves, quando da invasão pelos corsários ingleses, em 1818. Seria o próprio ou um descendente?

Aos trinta e um dias do mês de julho de mil oitocentos e vinte e cinco, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, na presença do Padre Frei Francisco de Santa Tereza, e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes, Gonçalo Carneiro e Gertrudes Maria da Conceição, meus fregueses, dispensados no parentesco que os ligava e terem cumprido eles as penitências que lhe foram impostas: o esposo tem de idade vinte anos, filho legítimo de Matias Carneiro da Cunha e Anna Maria da Silveira: a esposa de dezesseis anos, filha legítima de Manoel Marques e Joanna Maria, naturais e moradores desta freguesia do Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento, e logo lhes deu as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Antonio José de Santa Anna e Alexandre José Pereira, casados, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Anna, Vigário do Assú. Pardos.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

João Gonçalves da Rocha e Josefa dos Reis

Por João Felipe da Trindade

O registro a seguir tem umas partes ilegíveis. Mas, assim mesmo vale a pena transcrever o que pode se ler. É interessante observar que quando a nubente era viúva, não era dada a benção nupcial.

Aos cinco dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e vinte e seis, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas dez horas da manhã, em presença do Padre Carlos Vidal Borromeu, e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes, João Gonçalves da Rocha e Josefa dos Reis, viúva por falecimento de (ilegível) Gomes, ilegível: o esposo de idade de trinta e dois anos, filho de Tomas da Rocha e Suzana de Tal, já falecidos; a esposa com idade de quarenta anos, naturais e moradores neste Assú, onde se fizeram as denunciações necessárias, sem impedimento. Não receberam as bençãos nupciais por ser viúva, a nubente, sendo primeiramente  confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Antonio José dos Santa Ana, casado, e Francisco Martins de Miranda Junior, solteiro, todos deste Assú. E para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Anna. Vigário do Assú. Nubentes pardos.


José Álvares Barbosa e Dionízia Ribeiro.

Por João Felipe da Trindade

Nesse registro, abaixo,  aparece mais uma vez o capitão João Martins Ferreira, meu tetravô, que administrou por vários anos as terras do tenente-coronel Bento José da Costa, tendo como base a Ilha de Manoel Gonçalves. Nesse sacramento quem foi também testemunha foi Pedro Álvares Ferreira, que suspeito ser da família do capitão, talvez filho.

Aos dezenove dias do mês de novembro de mil oitocentos e vinte e cinco, pelas dez horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre Frei Francisco de Santa Tereza, e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes José Álvares Barbosa e Dionízia Ribeiro, meus fregueses  o esposo de idade de vinte e dois anos, filho legítimo de Miguel Teotônio de Seixas e Teresa Maria de Jesus; a esposa de idade de dezoito anos, filha legítima de Joaquim José Ribeiro, já falecido, e Maria Anna Barbosa da Rocha, naturais e moradores nesta freguesia do Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento, e logo lhes deu as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas João Martins Ferreira, casado, e Pedro Álvares Ferreira, solteiro, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Anna. Vigário do Assú.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Antonio Francisco e Ritta Maria

Por João Felipe da Trindade

Neste registro de casamento na Ilha de Manoel Gonçalves, mais nubente que era filho natural, não aparecendo o nome do pai. Outro detalhe é a presença, como testemunha, de um freguês de Santa Anna do Matos.

Aos seis dias do mês de outubro de mil oitocentos e vinte e sete, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas nove horas da manhã, em minha presença e das testemunhas, abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes Antonio Francisco e Ritta Maria, meus fregueses: o esposo de idade de vinte e três anos, filho natural de Anna Maria; a esposa de vinte e quatro, filha legítima  e Manoel da Silva, já falecido, e Izabel Maria da Conceição, naturais e moradores, nesta freguesia de São João Baptista do Assú, onde se fizeram as denunciações necessárias, em Desobriga, sem impedimento, e logo lhes dei as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Antonio Gonçalves Baracho, casado, e Pedro Vardelino, solteiro, este da freguesia de Santa Anna do Matos, aquele desta Freguesia do Assú, e para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Anna. Vigário do Assú. Eram pardos.

Antonio Joaquim Maia e Anna Maria de Macedo

Por João Felipe da Trindade

Aos dez dias do mês de novembro de mil oitocentos e vinte e oito, pelas onze horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre Luiz Gonzaga da Costa Moreira, e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes, Antonio Joaquim Maia, e Anna Maria de Macedo, meus fregueses: o esposo tem de idade vinte e quatro anos, filho legítimo de Pedro Antonio de Maia, já falecido, e Anna dos Santos Pereira; a esposa de vinte e dois anos, filha legítima de Manoel Antonio de Macedo, já falecido e Anna Maria de Jesus, naturais e moradores nesta freguesia do Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento; e logo lhes deu as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados da Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Manoel de Sousa Monteiro, e Manoel Vicente da Silva, solteiros, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Anna, vigário do Assú. Os nubentes eram brancos.

Em postagem anterior, registramos o casamento de Manoel de Sousa Monteiro.

Manoel Ignácio de Lima e Anna Gomes

Por João Felipe da Trindade

O padre Joaquim José de Santa Anna, vigário do Assú, esteve fazendo novo casamento na Ilha de Manoel Gonçalves. Casou dessa feita, dois viúvos. Vejamos os registros.

Aos dezoito dias do mês de janeiro de mil oitocentos e vinte e nove, pelas cinco hors da tarde, na Ilha de Manoel Gonçalves, em minha presença e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes Manoel Ignácio de Lima, viúvo de Antonia Maria, e Anna Gomes, viúva de Joaquim Álvares Lessa. O esposo de idade de sessenta e cinco anos; a esposa de idade de trinta e dois anos, naturais e moradores, nesta freguesia de São João Baptista do Assú, onde se fizeram as diligências nupciais, sem impedimento. Foram confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Antonio Caetano Monteiro e Miguel Ferreira de Carvalho, casados, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Sana Anna, vigário do Assú. Os nubentes eram pardos.

Joaquim Álvares Lessa deveria ser filho de José Álvares Lessa, que administrava as terras de Bento José da Costa, em 1810, na época do inventário de Domingos Affonso Ferreira. Antonio Caetano Monteiro foi um dos avaliadores dessas terras.

Outro fato interessante é que o padre Joaquim José de Santa Anna, tinha casado, 5 dias antes, isto é, dia 13 de janeiro, na Igreja de São João Baptista do Assú, Francisco Romualdo da Silveira (30 anos), filho de Balthazar da Rocha Silveira e Josefa Maria da Silva, com Maria Francisca Dantas (16 anos), filha de Gonçalo José de Oliveira e Joana Maria. Além disso, uma das testemunhas foi Antonio Caetano Monteiro, acima.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Manoel de Sousa Monteiro e Anna Francisca Lessa

Por João Felipe da Trindade

Já observamos que encontramos vários registros de filhos naturais, onde não se nomeiam o pai, tão somente a mãe. No caso presente, dois sobrenomes que estão presentes,  na Ilha de Manoel Gonçalves, são Monteiro de Sousa e Lessa. Aliás, o representante de Bento José da Costa, em 1810, quando era feito, ainda, o inventário do seu sogro Domingos Affonso Ferreira, foi José Álvares Lessa. A esposa do Capitão João Martins Ferreira, administrador posterior das terras de Bento, era Josefa Clara Lessa. Em alguns registros o nome é escrito Leça.

Aos cinco dias do mês de maio de mil oitocentos e vinte e nove, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre José Bernardo e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes Manoel de Sousa Monteiro e Anna Francisca Leça, meus fregueses. O esposo, de idade de vinte e um anos, filho natural de Leonor de Tal; a esposa, de idade de 26 anos, filha natural de Anna Francisca da Conceição, naturais e moradores nesta freguesia do Assú, onde se fizeram as bençãos nupciais, sendo primeiramente confessados e examinados em Doutrina Cristã, presentes por testemunhas o capitão João Martins Ferreira e o capitão Silvério Martins  de Oliveira, casados, todos deste Assú; e para constar fiz este assento em que me assinei, Joaquim José de Santa Anna, vigário do Assú.

Os nubentes eram brancos, como consta na lateral do registro. O capitão João Martins Ferreira, escreveu em 1818, para o governador José Ignácio Borges quando a Ilha foi invadida. O capitão Silvério Martins de Oliveira, escreveu uma carta, também da Ilha, quando do inventário de sua sogra, que foi moradora na dita Ilha de Manoel Gonçalves.

domingo, 25 de agosto de 2013

Bento José Leite e Marianna Francisca da Conceição

Por João Felipe da Trindade

No registro abaixo é informado a ordem a que pertencia o Frei Antonio de Jesus Maria Lobo. Outro detalhe é de onde veio o nubente.

Aos (não legível) do mês de setembro de mil oitocentos e trinta e dois, pelas cinco horas e meia da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre Frei Antonio de Jesus Maria Lobo, religioso de São Francisco, e das testemunhas abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes Bento José Leite e Marianna Francisca da Conceição, meus paroquianos; o esposo de idade de trinta e dois anos, filho legítimo de Felis José de Mello, já falecido, e Florência Gomes da Conceição; a esposa de dezesseis anos, filha legítima de Antonio Francisco da Costa e Joaquina Barbosa da Conceição; O nubente é natural de Extremoz, donde apresentou papéis desembaraçados, e a nubente deste Assú, e moradores onde se fizeram as denunciações nupciais sem impedimento. E logo lhes dei as bençãos nupciais sendo antes confessados e examinados da Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Antonio Carneiro da Costa e Gonçalo da Costa e Mello, casados, todos deste Assú. E para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, vigário do Assú. Os nubentes eram pardos.

Marcelino Rodrigues do Espírito Santo e Francisca Joaquina da Conceição

Por João Felipe da Trindade

Aos cinco dias do mês de agosto de mil oitocentos e trinta e quatro, pelas oito horas da tarde, na Ilha de Manoel Gonçalves, e na Capela de Nossa Senhora da Conceição, em presença do Frei Antonio de Jesus Maria Lobo, e das testemunhas abaixo, de minha licença, se receberam por esposos presentes, Marcelino Rodrigues do Espírito Santo e Francisca Joaquina da Conceição, meus paroquianos: o esposo de trinta e dois anos, filho legítimo de João Rodrigues do Espirito Santo e Margaria Francisca de Oliveira; a esposa de vinte anos, filha legítima de Joaquim José das Neves e Francisca Antônia de Mello, naturais e moradores neste Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento. E logo lhes dei as bençãos nupciais, sendo antes confessados e examinados na Doutrina Cristã; presentes por testemunhas Manoel Antonio Fernandes e Gonçalo da Costa e Mello, casados, todos deste Assú. E para constar fiz este assento, em que assinei, Joaquim José de Santa Anna, vigário do Assú. Os nubentes eram pardos.

Observamos que, 8 horas da tarde na Ilha de Manoel Gonçalves, é como está no registro.
Esse Manoel Antonio Fernandes deve ser um dos genros do capitão João Martins Ferreira.

Joaquim José de Santa Anna e Luíza Maria da Conceição

Por João Felipe da Trindade

Observamos, mais uma vez, como havia filhos naturais naquela época e como as mulheres casavam cedo. Outra informação importante é que, em alguns registros, não se fala na Capela, mas em Oratório de Nossa Senhora da Conceição. A presença, nessa Ilha, de Freis é uma constante.


Aos dezessete dias do mês de junho de mil oitocentos e trinta e cinco, no Oratório de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em presença do Padre Frei José de Santo Alberto, e das testemunhas abaixo assinadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes Joaquim José de Santa Anna e Luíza Maria da Conceição, meus paroquianos; não declinou as horas em que fez o dito Sacramento. O esposo de vinte e cinco anos de idade, filho natural de Luíza Maria da Conceição; a esposa de dezesseis anos, filha legítima de Onofre Mendes de Góis, já falecido, e Anna Maria de Sousa, naturais e moradores na Freguesia do Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento; e logo lhes dei as bençãos nupciais, sendo antes confessados e examinados na Doutrina Cristã. presentes por testemunhas Antonio Correa Calheiros e Christovão de Faria Leite Junior, casados, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, Vigário do Assú. Na lateral consta que eram pardos.

Christovão de Faria Leite Junior, como veremos posteriormente, era uma figura sempre presente na Ilha de Manoel Gonçalves.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Antônio da Rocha Gonçalves e Antônia Maria da Conceição

Por João Felipe da Trindade

Para Ilha de Manoel Gonçalves iam pessoas de várias localidades. Na  verdade, a Ilha era um porto, por onde transitavam muitas embarcações. Vejamos um registro onde um dos nubentes era de Extremoz.

Aos quatro dias do mês de fevereiro de mil oitocentos e vinte e seis, na Capela de Nossa Senhora da Conceição, da Ilha de Manoel Gonçalves, pelas noves horas da manhã, em presença do Padre Carlos Vidal Borromeu, e das testemunhas, abaixo nomeadas, de minha licença, se receberam por esposos presentes Antonio da Rocha Gonçalves, e Antônia Maria da Conceição, meus fregueses; o esposo de idade de vinte e cinco anos, filho legítimo de Sebastião Gonçalves da Costa e Maria da Rocha, já falecida; o esposo natural da Freguesia de Extremoz, donde apresentou seus papéis desembaraçados; a esposa de idade de vinte anos, filha natural de Maria da Encarnação, já falecida, natural e moradora neste Assú, onde se fizeram os proclamas nupciais sem impedimento; e logo lhes dei as bençãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Carlos José de Souza, casado, e Miguel Pereira Barbosa, casado, todos do Assú, e para constar fiz este assento, em que me assino, Joaquim José de Santa Ana, pároco do Assú.

Esses nubentes eram pretos, como consta da lateral do registro. Carlos José de Souza será objeto de outros registros posteriores.

Domingos José de Santa Ana e Joana Maria da Conceição

Por João Felipe da Trindade

O padre Joaquim José de Santa Ana, pároco do Assú, tinha que ir muitas vezes a várias localidades da sua Freguesia para celebrar as cerimônias religiosas da  sua obrigação. Vamos encontrá-lo até na Ilha de Manoel Gonçalves, com se pode ler do texto extraído de um assento de casamento.

Aos sete dias do mês de outubro de mil oitocentos e vinte e sete, pelas nove horas da manhã, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, em minha presença e das testemunhas, abaixo nomeadas, se receberam como esposos presentes, Domingos José de Santa Ana, e Joana Maria da Conceição, meus fregueses. O esposo tem de idade vinte anos, filho natural de Antônia Maia de Jesus; a esposa  tem de idade dezoito anos, filha legítima de Faustino José da Silveira, e Margarida Maria da Rocha, naturais e moradores nesta Freguesia de São João Batista do Assú, onde se fizeram as denunciações nupciais, sem impedimento; e logo lhes dei as bençãos nupciais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas Joaquim Francisco de Araújo e Pedro Rodrigues de Santiago, casados, todos deste Assú, e para constar fiz este assento em que me assino. Joaquim José de Santa Ana, pároco do Assú.

Na lateral do registro, consta que os nubentes eram pardos. Outro detalhe é que encontramos, nas nossas pesquisas do passado, muitos registros de filhos naturais.
Todos os registros que temos encontrados a grafia era Assú, e, por isso, resolvemos manter.

Nicolau Vieira de Mello e Maria Francisca da Fonseca

Por João Felipe da Trindade

Veja, abaixo, uma imagem de casamento na Ilha de Manoel Gonçalves, hoje, submersa no mar, próxima a Macau, Rio Grande do Norte. Lá existia uma capela com invocação de Nossa Senhora da Conceição. Pena que os poderes públicos não façam nada para destacar essa localidade, que foi tão importante para o desenvolvimento daquela Região.
Nesse casamento, uma das testemunhas é o capitão João Martins Ferreira. Ele é o meu tetravô e foi casado com minha tetravó, Josefa Clara Lessa. Durante anos foi o administrador das terras do tenente-coronel Bento José da Costa, português residente no Recife. Bento foi sogro de Domingos José Martins, um dos líderes da Revolução de 1817, em Pernambuco. 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O capitão das ordenanças João Martins Ferreira


João Felipe da Trindade
Este trabalho tem o objetivo de reconstituir a vida do capitão João Martins Ferreira, meu tetravô, juntando várias informações espalhadas em diversos documentos. A grande dificuldade, para fazer essa reconstituição, advém dos registros da Igreja, de sua época, não serem mais cuidadosos com as informações, omitindo dados importantes, como grau de consanguinidade, nomes dos pais, relação dos padrinhos com os batizados e outros mais. Além disso, a proliferação de nomes repetidos em diversas gerações, bem como a mudança de nomes de um registro para outro dificultam a pesquisa. Outra dificuldade é que não encontramos mais alguns documentos como inventários, compra de terras e assemelhados nos cartórios ou Fóruns. Muita coisa já perdida.  De qualquer forma deixo aqui o que encontrei e algumas suspeitas que podem ser examinadas por futuros genealogistas.

A primeira aparição dele em documentos data de 1818, quando houve o saque, por partes de corsários ingleses, da Ilha de Manoel Gonçalves. Em 13 de dezembro de 1818, o comandante do Degredo da Ilha de Manoel Gonçalves, Alexandre José Pereira, escreveu para o capitão Manoel Varella Barca informando sobre o acontecido. Pelo que se observa no documento, ele estava, como diz, doente para morrer. Em seguida, em 18 de dezembro de 1818, aparece João Martins Ferreira, morador da Ilha de Manoel Gonçalves, correspondente de Bento José da Costa, escrevendo para o Governador da Província, José Ignácio Borges, dando todos os detalhes da invasão dos corsários ingleses. Essa carta já foi publicada em artigo no “O Jornal de Hoje”.

Volto a encontrar João Martins Ferreira, agora como capitão das ordenanças e comandante, assinando, aos treze dias do mês de julho do ano de mil oitocentos e vinte e dois, na Cidade do Natal, Província e Comarca do Rio Grande do Norte, documento que requeria a conservação de D. Pedro de Alcântara, Príncipe Real dos Reinos Unidos de Portugal, Brasil e Algarves neste Reino do Brasil, com o poder executivo assim e da mesma forma que em Portugal o exerce El-Rei, o Senhor D. João VI, conforme registra Tavares de Lyra, no seu livro "A independência do Brasil no Rio Grande do Norte".

Não encontrei documento que tratasse da concessão da patente de Capitão das Ordenanças e Comandante, para saber, exatamente, a data a partir da qual se investiu na função. Quando Domingos Affonso Ferreira e o seu genro, tenente-coronel Bento José da Costa compraram as terras no sertão de Assú, que incluía a Ilha de Manoel Gonçalves, quem recebeu, as mesmas, foi Felipe Rodrigues Santiago. Posteriormente, aparece como comandante da Ilha, já em 1810, José Álvares Lessa. Em novembro de 1815, José Álvares Lessa já era falecido. Possivelmente, com a morte de Alexandre José Pereira, que era comandante em 1818, João Martins Ferreira deve ter assumido o seu lugar. Ele foi, também, o administrador das terras do tenente-coronel Bento José da Costa.

Em 12 de maio de 1825, na capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha de Manoel Gonçalves, João Martins Ferreira e José Antonio Álvares foram testemunhas do casamento de Paulino Alves Pessoa, 20 anos, filho do antigo comandante da Ilha de Manoel Gonçalves, Alexandre José Pereira, já falecido, e Joanna Maria do Sacramento, com Antonia Bernarda Achiollis, filha de Carlos José de Sousa e Michaella Archangela dos Anjos.

A esposa de João Martins Ferreira se chamava Josefa Clara Lessa. Por isso acredito que ela tinha alguma relação de parentesco com José Álvares Lessa, acima citado, pois, além disso, a mãe dele se chamava Clara Rodrigues da Purificação. Outro detalhe é que alguns descendentes de João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa tinham o sobrenome Alves.

O coronel Joaquim Pereira Vianna, como testamenteiro do Coronel José Thimóteo Pereira Bastos, passou procuração para o capitão João Martins Ferreira na demarcação do Sítio Panom. Por sua vez, houve o seguinte substabelecimento: substabeleço esta procuração na pessoa do Senhor Manoel de Mello Montenegro, para assistir e defender a demarcação da Fazenda Panom a tudo o mais pertencente a dita fazenda, reservando para mim os mesmos poderes. Fazenda Panom em 12/10/1823, João Martins Ferreira.

Aos vintes seis dias do mês de julho de mil oitocentos e vinte e três, o capitão João Martins Ferreira e seu sócio fiador Joaquim Álvares da Costa, nas casas da Fazenda Nacional, na cidade do Natal, fizeram lance da quantia de noventa e um mil réis pelo Dízimo de Sal das Salinas de Mossoró para o triênio que se iniciaria em janeiro de 1826. Por não aparecer outros lances, foi o arrematador do dito dízimo.

A aparição maior do capitão João Martins Ferreira se dá nos documentos que falam da extinção da Ilha de Manoel Gonçalves e da povoação inicial de Macau. Vejamos o que escreveu a respeito Câmara Cascudo:
O rico comerciante João Martins Ferreira, seu filho José, seus quatros genros, José Joaquim Fernandes, Manoel José Fernandes, Manoel Antonio Fernandes e Antonio Joaquim de Sousa vieram para onde depois se espalham as ruas de Macau. Os quatro genros tem nomes contraditórios. Noutras informações, deram-me gente diversa. Sabe-se que além desses, deixaram a ilha os portugueses João Garcia Valladão, Francisco José da Costa Coentro, Eliziário Cordeiro, Antonio Moura e Silva, Manoel Rodrigues Ferreira e brasileiro Jacinto José da Hora. Alguns moradores antigos da cidade lembram que as residências desses fundadores eram nos melhores sítios do alagado e salitroso Macau. Os Martins Ferreira construíram armazém alto e sólido onde se lia a data de 1825, denunciando vinda anterior.

Não sei s existe alguma anotação de Cascudo sobre esses outros possíveis genros do capitão.

Das anotações de Cascudo cabem as seguintes correções: o brasileiro era na  verdade Jacinto João da Ora; quanto a Elisiário, o nome completo era Elisiário Antonio Cordeiro.

Das informações acima, nos interessa para este trabalho genealógico os nomes relacionados ao capitão João Martins Ferreira. Por isso, vamos colocar aqui as informações que foram possíveis encontrar sobre essas pessoas. Câmara Cascudo disse que recebeu informações desencontradas sobre os genros de João Martins Ferreira. Os livros da Igreja dão poucas informações sobre os pais nos casamentos ou mesmos nos batismos. O capitão João Martins Ferreira teria outras filhas solteiras ou outros filhos que não aparecem na relação? Alguns outros escritores não fazem menção ao filho José. É estranho que as pessoas que viveram no século dezenove não deixaram nada escrito sobre a Ilha e seus moradores, mesmos os que viveram por lá.

As primeiras informações que obtive vieram dos batismos dos filhos naturais de Jose Martins Ferreira, o José da nossa história. Encontramos alguns registros isolados desses filhos e, também, numa única folha os registros onde o Alferes reconhecia quatro párvulos como seus filhos naturais. A mãe era Delfina Maria dos Prazeres ou Delfina Maria da Conceição. Vamos, pois, aos filhos naturais do Alferes José Martins Ferreira.

O primeiro foi Manoel, que nasceu em 1830, e teve como padrinhos de batismo o capitão Silvério Martins de Oliveira e sua mulher Joanna Nepomucena. Silvério apareceu em muitos registros ao lado do capitão João Martins Ferreira, tanto na Ilha de Manoel Gonçalves como em outras localidades do Assú. Além disso, foi o primeiro presidente da Mesa de Rendas de Macau.

O segundo, José, nasceu em 1831, e teve como padrinhos de batismos, Pedro Álvares Ferreira e Francisca Martins Ferreira. Tenho minhas suspeitas que esses dois eram filhos do Capitão João Martins Ferreira e D. Josefa Clara Lessa, mas não encontrei nenhum documento que pudesse confirmar tal suspeita. Francisca só apareceu essa única vez nos documentos que pesquisei. Pedro apareceu mais vezes, tanto ao lado de João Martins Ferreira, como ao lado de D. Josefa Clara, e, também de José Martins Ferreira.

Josefa, a terceira, nasceu em 1833. Seu batismo foi na Ilha de Manoel Gonçalves, e teve como padrinhos Antonio Joaquim de Sousa e sua mulher Thomásia Martins Ferreira. Sendo Antonio Joaquim de Sousa genro de João Martins Ferreira, segue-se que Dona Thomásia seria uma das filhas do capitão.

Joaquim, o último, nasceu em 1834, tendo sido batizado em Macau, sendo seus padrinhos Manoel José Fernandes e sua mulher Anna Martins Ferreira. Pela mesma razão acima, D. Anna seria outra filha do capitão João Martins Ferreira e Dona Josefa Clara Lessa.

Há ainda outro filho de José Martins Ferreira e Dona Delfina, que não encontrei o batismo, mas cujo casamento ocorreu em Touros. No registro aparece tão somente que ele era filho natural de Delfina Maria dos Prazeres. Casou com Ana Maria de Jesus, em 1854, filha de Bernardino Moraes de Sena e Maria do Nascimento. Posteriormente, ele aparece nas Cacimbas do Vianna, com o nome de João Alves Martins.

Quem eram as outras filhas do capitão João Martins Ferreira que seriam esposas de José Joaquim Fernandes e Manoel Antonio Fernandes? Vamos encontrá-los em outros registros.

Em 1855 era batizado Ricardo, filho de Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins de Pureza, tendo como padrinhos o Comandante Superior Jerônimo Cabral Pereira de Macedo, representado por Manoel Antonio Fernandes Junior, e Nossa Senhora da Conceição. Assim, Maria Martins de Pureza seria mais uma filha de João Martins e Josefa Clara.

Em 1860 era batizada Emília, filha de José Joaquim Fernandes e de sua mulher Maria Martins Ferreira, tendo como padrinhos Nossa Senhora da Conceição e o tenente João Alves Fernandes. Portanto, essa seria a última filha de João Martins Ferreira e D. Josefa Clara Lessa encontrada.

Dessa forma, pelos registros encontrados, seriam filhos de João Martins Ferreira e D. Josefa Clara Lessa: José Martins Ferreira, Thomásia Martins Ferreira, Anna Martins Ferreira, Maria Martins Ferreira e Maria Martins de Pureza. Além desses, suspeito que também, Pedro Alves Ferreira e Francisca Martins Ferreira eram filhos do casal acima. Esperamos encontrar outros documentos que possam comprovar nossas suspeitas.

Uma outra indicação vem do meu pai. Segundo ele, ouvido de sua mãe Maria Josefina Martins Ferreira, os Rodrigues do Baixo Assú e Macau eram do clã do velho José Martins. Por isso, suspeito, também, que Dona Izabel Martins Ferreira, esposa de Manoel Rodrigues Ferreira, era irmã do Major José Martins Ferreira, embora não apareça como genro do capitão João Martins Ferreira, na relação de Cascudo. Segundo o registro de batismo de Luiz, em 1831, seu pai, Manoel Rodrigues Ferreira, era de Portugal e sua mãe, Izabel Martins Ferreira, do Assú. Esse casal teve entre outros filhos os seguintes: Manoel Rodrigues Ferreira Junior, Vicente Rodrigues Ferreira, Joaquim Rodrigues Ferreira, Felis Rodrigues Ferreira, Luiza Maria Ferreira, João Rodrigues Ferreira, Anna Rodrigues Ferreira, falecida em 1851, com 22 anos, e Josefa, nascida em 1839. Sobre os Rodrigues Ferreira, tivemos notícias que o escritor Manoel Rodrigues Ferreira, pretendia escrever um livro que não sei se conseguiu deixar pronto, antes de morrer.

Sobre os filhos naturais do Major José Martins Ferreira, chamamos atenção para um detalhe. Alguns mudaram de nome, como a seguir explicitamos: Manoel Martins Ferreira que casou com Prudência Teixeira Martins, depois aparece com o nome de Manoel José Martins; João Martins Ferreira, que casou com Anna Maria de Jesus, passou a se chamara João Alves Martins; Joaquim sempre se apresentou como Joaquim José Martins Ferreira e foi casado com Maria Izabel da Conceição. Nos registros aparecem várias pessoas com o nome de Josefa Martins Ferreira. Acredito que a filha natural de José Martins Ferreira é a que casou com o português Manoel Alves da Silva.

Neste trabalho não é possível desenhar toda a descendência encontrada do capitão João Martins Ferreira e Dona Josefa Clara Lessa. Por isso, vamos deixar algumas que podem servir de referências para outros pesquisadores que hoje estudam essas famílias. Os livros de registros estão espalhados pelas Freguesias de Assú, Angicos, Macau e Santana do Mattos e são incompletos. Com a ajuda de outras familiares é possível, mais adiante, ter uma precisão maior sobre as nossas informações. Cada ramo que estudar as informações deixadas por seus ascendentes pode contribuir para a melhor qualidade do estudo genealógico da família do capitão. Infelizmente, não tenho encontrado outros descendentes interessados em contribuir, com exceção de Noélia que descende de Delfino Alves Martins.

Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins de Pureza foram pais de: Manoel Antonio Fernandes Junior que foi casado com Marcimina Amelia da Silveira Borges, filha de Joaquim Ignácio da Silveira Borges e Anna Joaquina de Jesus Silveira; Antonia, nascida em 1848, que teve como padrinhos Pedro Alves Ferreira e Clara Maria Fernandes; Francisco, nascido em 1843, cujo padrinho foi Joaquim José Fernandes.

José Joaquim Fernandes e Maria Martins Ferreira foram pais de: Emília, nascida em 21/2/1860; Josefa Cordulina Fernandes; o tenente João Alves Fernandes, filho do casal acima, casou com Maria Rosa Fernandes, filha de Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins de Pureza. Manoel Alves Fernandes, outro filho do casal, foi casado com Anna Rosa da Silveira, filha de Baltazar de Moura e Silva e Josefa Martins de Sousa (1ª esposa).

Antonio Joaquim de Sousa e Thomásia Martins Ferreira foram pais de: Antonio Joaquim de Sousa Junior; outro filho do casal era João Antonio de Sousa, que casou em 22/11/1852, com Anna Joaquina da Silveira, filha legítima de Antonio da Silva de Carvalho e Maria da Silva Velosa, irmã, portanto, do Barão de Serra Branca Felipe Nery de Carvalho e Silva.

Manoel José Fernandes e sua mulher Anna Martins Ferreira foram pais de: José, nascido em 21/7/1832, que foi batizado na Ilha de Manoel Gonçalves, tendo como padrinho João Martins Ferreira. Há pouca informações sobre esse  casal.

Sobre Pedro Alves Ferreira, que acredito ser um dos filhos de João Martins Ferreira e Josefa Clara Lessa, encontramos um único registro de filho. Segundo o registro de batismo, João, filho de Pedro Alves Ferreira e Maria Emília das Dores Ferreira, nasceu em 24/6/1844, e foi batizado na Fazenda Cacimbas, em 25/12/1844, tendo como padrinhos Nossa Senhora da Conceição e Domingos da Costa Oliveira, por procuração passada ao Major José Martins Ferreira. Pedro foi procurador de Bento José da Costa Junior, padrinho de Maria, filha do Major José Martins Ferreira.

O último filho de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres que encontramos foi Joaquim, nascido em 1834. Em 1835, José Martins Ferreira aparece casado com Josefina Martins Ferreira. Desse casal encontramos, até agora, os filhos: José, nascido em 1837, João Martins Ferreira, em 1840, Francisco Martins Ferreira em 1841, Maria Emília Martins Ferreira em 1845 e Izabel Martins Ferreira que faleceu em 5 de março de 1887. Nessa data o Major José Martins Ferreira já era falecido.

Os filhos de José Alves Martins aparecem no seu inventário de 1871. Nesse ano, ele foi assassinado a facadas pelo sócio João Rodrigues Ferreira. Quem ficou com a tutela dos órfãos foi Manoel José Martins, seu irmão, e tio das seguintes crianças: Francisco Alves Martins, que casou com Maria Teixeira Martins; Militão Alves Martins, que casou com Maria Joaquina da Conceição; Maria; Delfino Alves Martins, que casou com Paulina Maria da Conceição;  Manoel Alves Martins, que casou a primeira vez com Joaquina Maria da Conceição, e depois com Maria Ignácia da Conceição;  José Alves Martins Junior; João Alves Martins, que casou com Maria Agnelina Fernandes, filha de João Alves Fernandes e Anna Maria do Amor Divino; Joaquim Alves Martins, que casou com Joanna Teixeira Martins;  e Josefina Emília Alves Martins, que casou com Absalão Fernandes da Silva Bacilon.

Falemos um pouco das descendências desses filhos de José Martins Ferreira e Delfina Maria dos Prazeres.

Manoel José Martins foi casado com Prudência Teixeira Martins, dos quais não localizei filhos.

Joaquim José Martins Ferreira foi casado com Maria Izabel da Conceição. Desse casamento encontro os filhos Joaquim José Martins Ferreira Junior, Rosa Maria Martins Ferreira e Emygdio Martins Ferreira.

Josefa Martins Ferreira foi casada com o português Manoel Alves da Silva.

João Alves Martins, que antes se assinava João Martins Ferreira, casou com Anna Maria de Jesus.

Dos filhos do Major José Martins Ferreira com Josefina, a única descendência que encontrei alguma coisa foi a de Francisco Martins Ferreira, meu bisavô. Ele casou a primeira vez com Francisca de Paula Maria de Carvalho, filha de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, e daí nasceu minha avó Maria Josefina Martins Ferreira, que casou com Miguel Francisco da Trindade, filho de João Felippe da Trindade e Francisca Rita Xavier da Costa; Francisca Paula morreu de parto, aos 25 anos, estando enterrada em Macau. Meu bisavô casou, então com Antonia Lourença Dias da Rosa, irmã de minha bisavó Francisca Rita, ambas filhas de Miguel Francisco da Costa Machado e Anna Barbosa da Conceição. Desse casamento somente sobreviveu José Martins Ferreira, conhecido na família por Senhorzinho, que foi para o Norte, e não tenho notícias dele.

É importante salientar que dos descendentes do capitão João Martins Ferreira, o maior destaque político vem dos filhos de José Alves Martins. A filha Josefina Emília, casada com Absalão Fernandes gerou dona Anna Zina mãe de Deputado Aristófanes Fernandes; e gerou Maria Fernandes (Dona Liquinha) mãe de Aluizio Alves, que foi governador do Rio Grande do Norte. Dona Liquinha foi casado com Manoel Alves Filho, seu primo legítimo, pois Manoel Alves Martins, pai de seu Nezinho, era filho de José Alves Martins e Francisca Martins de Oliveira.

Se os registros de casamentos fossem mais precisos, incluindo os nomes dos pais dos nubentes, com certeza teríamos mais informações sobre mais descendentes.

Boa parte dos familiares do capitão João Martins Ferreira se mudou de Macau para Cacimbas do Vianna, hoje pertencente ao município de Porto do Mangue, principalmente os descendentes do Major José Martins Ferreira. Alguns nomes cujos registros encontramos são de familiares do capitão, mas não podemos identificar os pais.  Em 1857 casou Joaquim Martins Ferreira Lessa com Anna Theodora Martins Ferreira, no sitio das Mercês, da Fazenda Cacimbas do Vianna. Em 1851, nas Cacimbas do Vianna, João Martins Ferreira casou com Josefa Clara Martins, dispensados do parentesco que os ligavam. Quem eram eles?

Todo esse trabalho que, preliminarmente, posto nesta revista, será ampliado no futuro. Aqui, como queríamos fazer uma homenagem ao capitão João Martins Ferreira, procuramos traçar só algumas linhas de descendências dele.

Nota.  O artigo aqui apresentado foi publicado no primeiro número da Revista do Instituo de Genealogia do Rio Grande do Norte. Por tratar da pessoa mais citada, quando se fala na Ilha de Manoel Gonçalves, resolvi que esse seria o primeiro artigo deste blog.